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Formação do Analista



Com os pioneiros da psicanálise, a formação do analista se dava pelas leituras da obra freudiana, trocas de ideias com o próprio Freud, nas conversas/encontros das quartas-feiras, ou ainda, por correspondência. Freud reconhecia outros analistas tanto pela prática, quanto pelas contribuições teóricas; esse período foi nomeado por Balint por período de instrução, onde os sonhos eram analisados reciprocamente, por fragmentos de análise.

No Congresso de Nuremberg, em 1910, a Associação Psicanalítica Internacional (IPA), institui o primeiro passo para uma formalização da formação do analista, e a seguir, a IPA vai respondendo à preocupação de Freud quanto a isto, para manter os analistas no ‘caminho certo’. Assim, neste ínterim, a IPA declara o que era o certo e o que não era decerto psicanálise, e admitir novos membros implicava garantir competência e assunção de responsabilidade com sua prática. Mesmo assim, foram longos dez anos para que uma prática fosse institucionalizada de fato.

Herman Nunberg, em Budapeste 1918, foi o primeiro a sinalizar que para ser um analista precisaria ter se analisado anteriormente, seu voto, virou regra; em 1920, nasce o primeiro instituto de formação de analistas em Berlim, fundado por Karl Abraham e Max Eitingon - que foi o responsável por mais de trinta anos, mas desde essa data, havia um Comitê internacional, que promovia um sistema de formação que todos os institutos locais deveriam se submeter.

O Instituto de Berlim mantinha uma clínica que oferecia atendimentos a preços módicos, favorecendo o acesso à análise a pessoas que não podiam arcar com seus custos; os pacientes eram escolhidos para que pudessem convir com os atendimentos para iniciantes, aos quais eram depois confiados assim que terminassem suas análises didáticas. Os analistas iniciantes deveriam prestar conta do seu trabalho aos mais experientes, em 1936, no Congresso de Marienbad, Eitingon não vê que a formação dos analistas possa vir a tornar-se um problema.

A intenção de uma análise didática era demonstrar a realidade dos processos inconscientes (Balint), ou ainda, ser uma análise verdadeira, aprofundada, de modo que os analistas não possam ser menos analisados que seus analisantes (Firenczi), mas a superterapia foi combatida já na época de Firenczi, pois em respeito à personalidade de cada um.

As supervisões também foram objeto de estudo, onde alguns argumentavam que deveriam ser feitas com os próprios analistas e alguns com um analista diferente do didata, a fim de libertar-se da tendência de reproduzir seu próprio analista. A partir de 1930, as exigências para a entrada no Instituto de Berlim ficaram maiores, maturidade, firmeza de caráter, atributos psicológicos, eram exigências a se considerar; médicos precisavam ter terminado seu curso, não médicos, precisavam também ter um curso superior, em área afim com a psicanálise. Análise didática, com resultados levados a uma comissão, para saber se o candidato ingressaria na prática supervisionada, sendo que o ensino teórico se iniciaria conjuntamente nos primeiros meses da análise didática. A IPA foi centralizando todo o processo formativo. E hoje? Como vemos tudo isso? Como podemos pensar a formação do analista?



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