Quem aqui nunca pediu para o mundo dar uma trégua? Ir devagar? Dar um break de 5 minutinhos? No ritmo frenético que estávamos, sem tempo para um cafezinho, vivendo em constante turbulências, certezas, razões, o mundo resolveu escutar as preces e atender ao pedido de muitos.
E junto a essa parada vieram as incertezas, medos, insegurança, angústias...
Reflexões importantes que até então poderiam estar adormecidas em cada um de nós, resolvem ecoar em nossas mentes (como aquelas músicas chicletes), exigindo trabalho das nossas principais musculaturas, nosso cérebro e coração, nossas razões e emoções ...
Durante muito tempo houve o embate entre a razão e a emoção, com nossas crenças, crenças dos outros, crenças do trabalho, da família, do mundo – “você precisa ser forte”, “não dê espaço para emoções negativas”, “não pode ter medo”, “cuidado para não fracassar”, parece que você está ouvindo isso em sua mente?
Você já parou para se perguntar de onde vieram todas essas e muitas outras exigências? Foi o mercado de trabalho, os amigos, familiares, a sociedade, ou fui eu, ou melhor você?
A verdade é que, talvez, o piloto automático estivesse cumprindo a sua função - auxiliar na fuga do olhar para si – e o mundo então veio para nos impor o real.
Todos possuem suas habilidades, competências, qualidades, mas também medos, angústias, vulnerabilidades, incertezas, que até então, não podiam ser vistas, tocadas e nem lembradas (como o Voldemort, aquele que não pode ser nomeado – Harry Potter).
E então... como em um passe de mágica, descobrimos que é possível aprender com nossas vulnerabilidades, fraquezas, angústias (pasmem!!), e que elas muito têm a nos ensinar. E tem mais, foi descoberto que o que nos diferencia das máquinas, são nossas emoções, ou melhor, a habilidade de sentir, aprender e gerencia-las e de fazer com que aquele embate que havia no começo, se transforme em uma conversa madura, em uma relação de ganha-ganha (coisa de outro mundo, não?!).
Talvez seja a hora de entender (ou pelo menos tentar) que a vida é uma jornada feita de momentos, escolhas, aprendizados, reaprendizados, encontros, desencontros, construções, desconstruções, (re) construções...
Quem sabe seja o momento de você olhar para aquilo que por um tempo manteve escondido, por obrigações sociais ou pessoais e permitir-se a ressignificá-las, trazendo um novo sentido para você, permitindo-se falar daquilo que não pode ser nomeado.
Portanto, trabalhe-se.
Daniele Meneguzzo Sartor
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