Na psicanálise, na primeira reflexão que Freud faz sobre a transferência, ela é um fenômeno que ocorre na relação entre o paciente e o psicanalista, quando o desejo do paciente irá se apresentar atualizado, com uma repetição dos modelos infantis, as figuras parentais e seus substitutos serão transpostas para o psicanalista, e assim sentimentos, desejos, impressões dos primeiros vínculos afetivos serão vivenciados e sentidos na atualidade. Este é assim conhecido como um primeiro cliche freudiano sobre a transferência. O manejo da transferência é a parte mais importante na condução de uma análise.
Mais tarde, Freud entenderá que a transferência é transferência de amor, para enfim chegar ao entendimento que ela é o elemento que proporciona a cura no paciente.
Sendo que neste processo a resistência é mostra que a análise está percorrendo o caminho assertivo.
Lacan irá inverter as relações originárias de Freud dos quatro conceitos fundamentais, associando os conceitos de Inconsciente e Repetição e Transferência e Pulsão. Não mais como Freud os entendia: Inconsciente e Pulsão e Transferência e Repetição.
Para capturar o entendimento de como a transferência opera e o que ela é, Lacan a associa ao entendimento da operacionalidade e o conceito de amor que Platão desenhou em sua obra nomeada de Banquete. Afirmando que o que Platão diz do amor é o que podemos dizer psicanaliticamente da transferência. Como síntese conceitual temos a frase composta por Platão e complemento de Lacan. Platão havia concluído que “amar é dar o que não se tem” e Lacan complementa psicanaliticamente a frase dizendo “para alguém que não o quer”. Constituindo um conceito enigmático.
Convido-os para desvendar este enigma.
Jair José Schuh
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